Mabel presta contas e diz “precisar de 10 anos para pagar dívidas de Goiânia”

Grupo técnico da prefeitura apresentou saldo devedor diferente do divulgado pelo ex-prefeito Rogério Cruz (SDD). A dívida ultrapassa os R$ 3 bilhões.

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Foto: Divulgação

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), compareceu à Câmara Municipal de Goiânia para a prestação de contas referente aos últimos quatro meses de 2024, nesta segunda-feira (24/03).
Mabel havia dito anteriormente que não se faria presente, pois a prestação de contas não se referia ao seu período como prefeito. No entanto, ele compareceu e discursou por cerca de 4 horas aos vereadores.

Durante o discurso, o prefeito afirmou ser bem provável que o município leve de 8 a 10 anos para quitar todas as dívidas deixadas. Segundo Mabel, a dívida total contabilizada nos últimos quatro meses da gestão de Rogério Cruz é de R$ 3.647.285.481,62, e não os R$ 389.327.047 informados anteriormente.

De acordo com o balanço apresentado, dívidas como as da Comurg (R$ 2,3 bilhões), da Saúde (R$ 441,1 milhões) e do Imas (R$ 233,2 milhões) não foram contabilizadas, uma vez que os empenhos foram suspensos, mas os serviços foram prestados, o que fez com que os valores tivessem que ser pagos.

“Se nós tivéssemos pelo menos R$ 2 bilhões para pagar, mas esse valor não está previsto nos orçamentos. Grande parte dessa dívida já está em execução. O que for possível quitar, nós vamos negociar, apertar, vamos correr atrás”, esclareceu o prefeito.

Além dessas dívidas maiores, Mabel também mencionou os débitos com energia elétrica atrasada, que dificultaram a gestão para realizar procedimentos básicos. “Conta com a Equatorial, a empresa começou a cortar a energia em prédios públicos. Como é possível uma cidade funcionar sem energia, justamente na minha gestão?”

Ainda segundo o prefeito, débitos relativos ao Imas e aos empréstimos consignados dos servidores não estavam sendo repassados aos credores, ao invés disso os valores estavam sendo enviados para uma conta da prefeitura, que, segundo Mabel, era utilizada de outras formas, deixando as contas em aberto.

Mesmo em meio ao caos financeiro da capital, o prefeito afirmou que trabalhará, em primeiro lugar, para realizar investimentos que sejam benéficos para a população. Ele reconheceu que este é um problema a longo prazo que deixa a prefeitura amarrada em relação à execução de grandes projetos, mas que dará atenção especial a áreas como saúde e educação.