Caiado critica medidas do governo para tentar frear alta no preço dos alimentos

Governo Lula anunciou alíquota zero na importação de alimentos como carne, azeite e café. Economistas acreditam que medidas terão impacto limitado.

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Foto: Divulgação

Na noite desta quinta-feira (06/03), o presidente Lula (PT) anunciou medidas para tentar reduzir os preços dos alimentos para o consumidor brasileiro. Entre as medidas, o governo zerou a alíquota de importação da carne, que atualmente é de 10,8%. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou as medidas, pois elas se aplicam apenas aos produtos importados e, em tese, devem prejudicar os produtores brasileiros.

“Ao invés de corrigir as más ações, ele quer resolver os problemas penalizando os produtores e as indústrias brasileiras. O governo federal está praticando uma concorrência desleal e predatória àqueles que geram a riqueza e o superávit na balança comercial do país”, disse Caiado.

A Frente Parlamentar da Agropecuária também vê as medidas como mais um erro do governo, uma vez que, em março, o Brasil recebe uma nova supersafra de grãos, o que naturalmente deve baratear os alimentos no país. A crítica do deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, é que o governo deveria incentivar economicamente os produtores nacionais para obter uma resposta mais rápida na queda dos preços.

Em nota emitida na manhã desta sexta-feira (07/03), a Frente Parlamentar sinalizou: “O problema da inflação não é a oferta de alimentos. O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação.”

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Roberto Perosa, afirma que as medidas tentam frear a alta dos alimentos, o que pode impactar a inflação, que deve ter uma queda de 0,2% em 2025. “O governo precisa se movimentar, e está fazendo isso para barrar o aumento dos alimentos. A carne deve ter uma baixa, mas a médio prazo”, afirmou o presidente.

👀 Afinal, isso é bom ou não é?

Na visão de muitos economistas, as medidas são positivas, uma vez que estão previstas em manuais de economia de todo o mundo, sendo usadas de forma recorrente para combater a alta da inflação e não sendo consideradas medidas extravagantes.

Além da carne, outros produtos terão a alíquota de importação zerada, como no caso do café (9%), do açúcar (14%), milho (7,2%), óleo de girassol (9%), azeite de oliva (9%), sardinha (32%), biscoitos (16,2%) e massas alimentícias (14,4%). O governo federal também deve zerar os impostos sobre a cesta básica e reforçar o estoque regulador da Conab garantido oferta e estabilidade.