Mais uma vez, servidores da Saneago lotaram a galeria da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para protestar contra o projeto que autoriza a venda de ações da estatal. Do lado de fora, um carro elétrico e uma multidão de pessoas também se manifestava. Não adiantou. A matéria foi aprovada em primeira votação nesta terça-feira (5).
O Projeto de Lei do Executivo para abertura de capital da empresa (que prevê entrada na Bolsa) autoriza a venda de 49% das ações da Saneago. Além disso, a matéria prevê a utilização de 30% dos recursos obtidos para saneamento.
Durante o pequeno expediente, a deputada Lêda Borges (PSDB) chegou a pedir mais tempo para que a matéria fosse debatida. Ela ainda disse que a vontade do povo precisava ser respeitada. A matéria ainda precisa ser aprovada em segunda votação.
Discussão
Antes mesmo da discussão de matéria, a deputada Lêda solicitou a verificação de quórum. A oposição tentou a obstrução ao não marcar presença. O placar, inicialmente em 36, marcou 29 deputados. No momento da votação o registro foi de 34).
Após a verificação, as discussões foram feitas de acordo a proporcionalidade da bancada. O primeiro a falar foi Hélio de Souza (PSDB). Para ele, a Saneago é uma empresa enxuta, que deu lucro no ano passado e tem credibilidade.
Quem sucedeu o tucano foi Humberto Teófilo (PSL). “O deputado Dr. Hélio disse que estava no início da privatização, então não está privatizando. Caso o governo envie um projeto para vender mais 2%, eu voto contra”, disse ele ao reforçar que o poder público continua com controle acionário.
Henrique Arantes (MDB), por sua vez, demonstrou preocupação pela manutenção dos empregos. “Acho arriscado”, alertou. “Não fico a vontade de autorizar o governo a vender 49% das ações. É um primeiro passo privatizar”.
Já Antônio Gomide (PT) disse que a base tinha vergonha de defender o projeto. “É 49% é privatização, sim”, reforçou. Depois dele, Cláudio Meirelles (PTC) subiu à tribuna. “A base tem voto suficiente. Só gostaria que vocês soubessem: quem votou contra a Saneago”.
Chico KGL (DEM) foi o último. Ele disse que os funcionários da empresa poderiam se tornar sócios dela. Por último, Henrique César (PSC) declarou posicionamento favorável e garantiu, mais uma vez, se tratar de abertura de capital e não de privatização.
No encaminhamento de voto discursaram: Gustavo Sebba (PSDB), contra; Adriana Accorsi (PT), contra; Paulo Trabalho (PSL), favorável; Álvaro Guimarães (DEM); favorável; Bruno Peixoto (MDB), favorável; Wagner Neto (Pros), favorável; Cláudio Meirelles, contra; Lucas Calil (PSB), contra.
Foi rejeitado pedido de voto nominal. A votação ocorreu de forma secreta, mas os contrários pediram para serem registrados: Rubens Marques (Pros), Adriana Accorsi, Antônio Gomide, Cláudio Meirelles, Hélio de Souza, Lêda Borges, Gustavo Sebba e Lucas Calil.
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Fonte: Mais Goiás